De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil são cerca de 1,5 milhão de mortes relacionadas às hepatites virais. Julho Amarelo auxilia na prevenção e conscientização.

A doença ataca o fígado e, inicialmente, apresenta poucos sintomas. Por isso, é considerada uma doença silenciosa que pode levar a complicações antes mesmo que a pessoa descubra que está infectada.
A médica Carina Leão de Matos, da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, explica que as hepatites causadas pelo vírus A e E são transmitidas por meio do fecal-oral. Já as hepatites B, C e D contagiam pelo contato com sangue, pela via sexual e perinatal.

Sintomas da hepatite

  • Cansaço
  • Febre
  • Mal-estar
  • Tontura
  • Enjoo e vômitos
  • Dor abdominal
  • Pele e olhos amarelados
  • Urina escura e fezes claras.

Conheça abaixo os tipos:

Hepatite C – Pelo grau de gravidade, a hepatite C merece uma atenção especial. Ao contrário dos demais vírus que causam hepatite, o vírus da hepatite C não gera uma resposta imunológica adequada no organismo, o que faz com que a infecção aguda seja menos sintomática, mas também com que a maioria das pessoas que se infectam se tornem portadores de hepatite crônica, com suas consequências a longo prazo.

Hepatite C é a inflamação do fígado causada pela infecção pelo vírus da hepatite C (VHC ou HCV), transmitido através do contato com sangue contaminado.

Essa inflamação ocorre na maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e tempo de duração, pode levar a cirrose e câncer do fígado.

Tipos – Cinco são os tipos mais comuns de hepatites virais (A,B,C,D e E) e no caso a hepatite B, já há vacina disponível nos postos de saúde para pessoas de até 50 anos de idade. Além destes tipos são registrados ainda dois outros: o F que apesar de estudos recentes não terem configurado sua existência, sendo portanto descartado, mas não eliminado da literatura médica, e o tipo G.

– Hepatite A, que tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e cura sozinha. Existe vacina.

– Hepatite B, o segundo tipo com maior incidência, atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A melhor forma de prevenção para a hepatite B é a vacina, associada ao uso do preservativo.

– Hepatite C, tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. É considerada a maior epidemia da humanidade hoje, cinco vezes superior à AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado. Não tem vacina. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte.

 Hepatite D, causada pelo vírus da hepatite D (VHD) ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.

– Hepatite E, causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da hepatite E podem apresentar formas mais graves da doença.

– Hepatite F, relatos recentes demonstram que não se confirmou a identificação do vírus da hepatite F (VHF), portanto este tipo de hepatite, segundo a Organização Mundial de Saúde pode ser desconsiderado.

– Hepatite G, o vírus da hepatite G (VHG), também conhecido como GBV-C é transmitido através do sangue, sendo comum entre usuários de drogas endovenosas e receptores de transfusões. O vírus G também pode ser transmitido durante a gravidez e por via sexual. É frequentemente encontrado em co-infecção com outros vírus, como o da hepatite C (VHC), da hepatite B (VHB) e da Aids (HIV).

Prevenção

Todos os tipos de hepatite podem ser prevenidos. As dos tipos A e E são evitadas por meio do uso de água tratada, saneamento básico e higienização adequada dos alimentos.
A médica Carina Leão de Matos, explica que a hepatite A pode ser prevenida por meio da vacinação. A vacina é gratuita e está prevista no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos.
A vacina contra a hepatite do tipo B também está prevista no calendário e são recomendadas quatro doses para as crianças. Para os adultos não imunizados durante a infância, são indicadas três doses.
A médica diz que evitar o contato com sangue contaminado é um dos meios mais eficazes para se prevenir contra as hepatites B, C e D.

“Também é importante o uso do preservativo, indicado em todas as relações sexuais, e as testagens regulares, inclusive no pré-natal.”

Diagnóstico e tratamento

O tratamento é realizado dependendo do tipo de hepatite diagnosticado. No caso da hepatite A é preciso ficar de repousos e ter cuidados com a dieta. Já as hepatites do tipo B, C e D têm tratamento por meio de medicamentos disponíveis na rede pública de saúde.
Segundo a Secretaria de Saúde do DF, o diagnóstico da doença é feito em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado no mezanino da Rodoviária do Plano Piloto.


Quando o paciente recebe resultado positivo, ele é direcionado a um serviço especializado em hepatites virais da rede pública

Fonte: http://www.abesprev.com.br/wp/julho-amarelo-2020/