Saúde e Segurança do Trabalho são questões tratadas com cada vez maior cuidado e cautela dentro das organizações.

De acordo com órgão, do início do ano de 2018 ao começo de março, foram registrados 675.025 chamados por conta de acidentes de trabalho, dos quais houve 2.531 mortes.

De acordo com a técnica de SST, Cláudia Teles, a questão da segurança dos colaboradores nunca esteve tão em alta como hoje. “As organizações devem entender que o zelo com seu colaborador é uma obrigação que exige o mais alto cuidado e atenção. É perceptível que o mercado vem adotando mais medidas de prevenção e as empresas não devem medir esforços para otimizá-las. As normais regulamentadoras (NRs) devem ser seguidas à risca”, aponta.

Acompanhar indicadores de acidentes e incidentes de trabalho é fundamental para o trabalho do técnico de segurança. Porém, a prática não deve se resumir aos dados internos da empresa. Buscar informações externas auxilia o profissional de segurança a identificar os parâmetros do mercado, justificar investimentos e estabelecer políticas mais eficazes de prevenção a acidentes.

O primeiro passo é buscar referências confiáveis, de acordo com a atividade econômica e região da empresa em questão. Anualmente, a Secretaria de Previdência, por meio da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) publicam o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT) – confira aqui.

Divulgado desde o ano 2000, o material apresenta dados sobre acidentes de trabalho, suas principais consequências, setores de atividade econômica e localização das ocorrências. Os acidentes são, ainda, identificados de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID) mais incidente por região.

Como ferramenta ao usuário, o AEAT conta com um aplicativo (INFOLOGO) na internet, que possibilita elaborar tabelas e gráficos personalizados, de acordo com o recorte de tempo e localização de interesse, considerando todas as edições anteriores.

Utilizando esses e outros dados, o técnico de segurança pode avaliar os tipos de acidentes mais comuns, o percentual de variação de ocorrências nos últimos anos e comparar com os dados internos de sua empresa e suas atividades. Desta forma, é possível mensurar os resultados da aplicação de novas práticas. “Os responsáveis pela segurança contam com ferramentas que possibilitam um maior acompanhamento e otimização dos processos de SST nas empresas.

É fundamental que, principalmente em atividades que acarretem em risco maior à vida, exista um treinamento e orientações mais lúcidas ao trabalhadores”, diz Cláudia.

Um exemplo da necessidade de avaliação e reavaliação constante são novos tipos de acidentes em setores em desenvolvimento, como por exemplo os crescentes casos de morte por soterramento em silos de grãos.

Um levantamento inédito feito pela BBC News Brasil revela que, desde 2009, ao menos 106 pessoas morreram em silos de grãos no país, a grande maioria por soterramento. O impressionante é que o trabalho em silos está entre as atividades com mais acidentes fatais no país, depois das profissões sujeitas a morte no trânsito.

“É fundamental que o técnico de segurança reavalie constantemente as informações disponíveis, investigue as causas e elimine os riscos de acidentes dentro das empresas. E para isso, os indicadores são imprescindíveis”, explica Christian Camara, Diretor executivo da empresa Dois Dez Industrial.

Os indicadores de segurança também podem ser bons aliados para auxiliar na aprovação de investimentos na área de prevenção de acidentes. Pode ficar mais simples, se considerar quanto a empresa gasta com indenizações e afastamentos, resultantes dos acidentes atuais.

(Fonte: https://rhpravoce.com.br/posts/como-prever-e-reduzir-acidentes-de-trabalho)