Assim como a ergonomia física cuida do bem-estar do colaborador levando em conta condições de postura e de movimentos repetitivos, entre outros, a ergonomia cognitiva considera o bem-estar mental e emocional das equipes. Os dois aspectos estão muito vinculados e se afetam mutuamente.

As respostas obtidas com o cuidado na sua implantação se refletem diretamente na satisfação dos trabalhadores e na produtividade. Por outro lado, o descuido de sua aplicação pode permitir o desenvolvimento de condições que aumentam o absenteísmo e o turnover, assim como reduzem o desempenho de cada colaborador.

Continue a leitura e confira essas 6 dicas para adotar a ergonomia cognitiva em sua empresa.

1. Aposte na ginástica laboral

A ginástica laboral é uma atividade que atua como um elemento de união entre a ergonomia física e a ergonomia cognitiva. Assim, o relaxamento de zonas de tensão no corpo induzido pelo alongamento, por exemplo, tornam o ambiente laboral mais confortável e propício às considerações referentes aos processos cognitivos.

Ao mesmo tempo, a ginástica laboral também atua como instrumento capaz de promover a redução dos impactos negativos resultantes da atividade cognitiva mais exigente. Além do aspecto resultante da desconexão com a atividade ocupacional, oferece práticas respiratórias, de alongamento e de relaxamento especialmente benéficas.

Para esse fim, também oferece resultados muito bem aceitos a adoção da quick massage (massagem rápida) na empresa, cuja implementação cresce a cada dia nas organizações. Com apenas 15 minutos e utilizando uma cadeira própria para a atividade, constitui um verdadeiro spa pontual durante a jornada de trabalho.

2. Conscientize os colaboradores

O aprimoramento das condições no ambiente de trabalho, sobretudo no que se refere aos cuidados com o corpo e com o emocional, deve ser precedido pelo conhecimento das questões envolvidas. Assim, inicie os trabalhos de conscientização da importância da ergonomia cognitiva instruindo suas equipes sobre o assunto.

Esclareça sobre os efeitos negativos que podem advir do descuido com aspectos dessa natureza e das circunstâncias que por vezes surgem. Com esse fim, ilustre se referindo à perda de foco, à carga mental de trabalho e à dificuldade para a tomada de decisão, por exemplo.

Ao mesmo tempo, dê destaque principalmente para os resultados positivos que podem ser obtidos e que se quer alcançar, assim como as vantagens de sua implementação na empresa. Com isso, a adesão consciente é maior e se transforma em um impulso a mais para o sucesso pretendido.

3. Estimule as pausas durante o expediente

Qualquer atividade desenvolvida de modo contínuo encontra respostas bem positivas física e mentalmente quando suspensa por alguns períodos. Assim, pausas estratégicas apresentam um ótimo efeito para o bem-estar pessoal, seja o trabalho maçante por sua natureza ou cansativo pela extensão de tempo que ocupa.

Um exemplo bastante conhecido dessa realidade é a aplicação da técnica Pomodoro, que reconhece o início do cansaço mental após 25 minutos de trabalho contínuo. Desse modo, o sistema adota ao longo do trabalho intelectual uma pausa de 5 minutos a cada 25 trabalhados sem qualquer outra interrupção.

Com esse espírito, planeje segundo as possibilidades de cada setor da empresa a adoção de pausas no trabalho ao longo do expediente regular. Você pode se surpreender com os resultados positivos que normalmente são obtidos com a iniciativa.

4. Aplique no processo de recrutamento e seleção

O setor de RH da empresa se constitui em uma verdadeira ferramenta estratégica para a empresa. Nesse sentido, deve garantir que novos colaboradores sejam rapidamente engajados, mas altamente capacitados e com valores afinados com as diretrizes da organização.

Assim, durante os processos de recrutamento e seleção pode promover uma série de iniciativas de implementação da ergonomia cognitiva. Desse modo, podem ser consideradas, por exemplo, as aplicações de testes e avaliações capazes de analisar fatores como atenção, capacidade para o trabalho em equipe, raciocínio lógico e memória, entre outros.

Essa é uma maneira de implantar os cuidados cognitivos desde o início da carreira do trabalhador na organização. Ao mesmo tempo, iniciativas assim permitem que se consiga um melhor acompanhamento da evolução do colaborador ao longo de sua história dentro da organização.

5. Incentive a organização do tempo

A sensação de ter concluído uma jornada e perceber que foi alvo de “ladrões de tempo” é bem frustrante. Assim, os celulares e suas inúmeras aplicações, as interrupções por colegas, as chamadas telefônicas e outras são capazes de furtar uma parte considerável da capacidade produtiva de qualquer um.

Da mesma forma, muitas pessoas são desorganizadas com relação à utilização do tempo ao longo de uma jornada de trabalho. Isso muitas vezes desperta um sentimento de frustração quando o colaborador percebe a redução de sua capacidade produtiva, especialmente se comparada com a de outros colegas.

Por essa razão, a adequada gestão do tempo durante o período de trabalho pode não ser muito simples para algumas atividades em especial, mas para muitas pessoas em geral torna-se essencial. Desse modo, orientar e incentivar a organização do tempo é primordial para alcançar resultados mais eficientes ao longo do dia.

6. Crie competições colaborativas

Competições colaborativas constituem iniciativas que levam os trabalhadores a se superarem e a desenvolver melhor suas habilidades, assim como a aprimorar seu desempenho. Na verdade, provocam um estímulo à autoestima dos colaboradores, uma vez que faz com que se cintam mais produtivos e valorizados pela organização.

É preciso, no entanto, garantir que haja um clima organizacional de respeito entre os setores da empresa, para que a competição não seja predatória. Isso significa que deve estar bem claro que as competições implementadas não representam nenhum tipo de ameaça, mas de oportunidade.

Uma forma de garantir esse cuidado é ouvir propostas dos próprios colaboradores com ideias práticas para a implantação da iniciativa. De modo geral, as participações desse tipo apresentam resultados bem efetivos e aumentam o engajamento, especialmente quando já foi trabalhada a conscientização como apontado antes.

Com essas 6 dicas de práticas de ergonomia cognitiva, sua empresa poderá aprimorar a qualidade do desempenho das equipes e, com o tempo, desenvolver outras iniciativas próprias à realidade local.

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